Revoluções Tropicalistas é a melhor opção para você que busca o que fazer nos dias de folga.
A Tropicália foi um movimento cultural que surgiu no final dos anos 60 no Brasil.
Ele ficou marcado pela mistura de elementos nacionais e estrangeiros, pela crítica social e pela contestação da ditadura militar.
Inclusive, esse movimento influenciou diversas áreas artísticas, como a música, o cinema, o teatro e as artes plásticas.
E, para homenagear e revisitar esse período histórico, a Cia Teatro Lusotaque, da cidade de Colônia, na Alemanha, apresenta o espetáculo online “Revoluções Tropicalistas: uma experimentação cênica”.
Logo, a ideia da montagem é recriar cenas icônicas da Tropicália com artistas do Brasil, França e Alemanha.
Um passeio pela história e pela arte
A peça, dirigida por Alexandre Marinho, tem como ponto de partida o discurso de Caetano Veloso no Festival da Canção de 1968.
Ou seja, quando ele foi vaiado pelo público após cantar “É Proibido Proibir”.
Na ocasião, ele questionou a plateia sobre o que era a verdadeira cultura brasileira e defendeu a liberdade de expressão.
A partir daí, o espetáculo faz uma espécie de celebração à obra de Glauber Rocha, “Terra em Transe”, de 1967.
Para se ter uma ideia, a produção de Glauber retrata a crise política e social de um país fictício da América Latina.
Do mesmo modo, a peça faz referência ao “Manifesto Antropófago”, de Oswald de Andrade.
O manifesto propunha a devoração simbólica da cultura estrangeira e a criação de uma identidade nacional original.
Além disso, o espetáculo homenageia outras figuras importantes da Tropicália, como:
- José Celso Martinez Corrêa
- Leila Diniz
- Maria Alice Vergueiro
- Jorge Mautner
- Rita Lee
- Maria Bethânia
- Nara Leão
Temas atuais e universais
O espetáculo não se limita a reproduzir o passado, mas também busca dialogar com o presente e com o futuro, abordando temas que ainda são relevantes e urgentes.
São tópicos como a desigualdade social, as influências culturais internacionais, a censura, o feminismo e as questões LGBTQIA+.
A peça também reflete sobre o papel da arte e da cultura na sociedade, especialmente em tempos de pandemia, quando os artistas precisam se reinventar.
Como assistir
As sessões de “Revoluções Tropicalistas: uma experimentação cênica” acontecem aos sábados, às 15h (horário de Brasília) até o dia 30 de janeiro.
A encenação é toda em português com legendas em alemão.
O ingresso é vendido no esquema “Colaboração Consciente”, ou seja, o espectador paga o valor que achar justo.
Não perca essa oportunidade de conhecer ou relembrar um movimento que marcou a história e a cultura brasileira, e que ainda tem muito a nos ensinar sobre a diversidade, a criatividade e a resistência.
Fontes: Catraca Livre; Jornal USP.